Detetive Atrasado: Miribi #2
- adrielmatheus98
- 12 de jan. de 2023
- 3 min de leitura
- Muito prazer, sou Róbisson, o delegado da cidade. O senhor está um pouco atrasado.
- O prazer é todo meu, doutor. Sim, é do que me chamam. Agora, o que sabemos sobre?
- Pergunta difícil, eu sei mais do que o senhor, então o que sabemos é o que o senhor sabe, certo Cleber?
- Positivo, chefe. Disse o secretário.
Os moradores dessa cidade não gostam muito de mim, ou possuem um humor muito ativo, até mesmo em eventos mórbidos.
- Certo, o que o senhor sabe que eu não sei?
- O nome da vítima.
- Que era…?
- Um morador daqui, ué.
- Certo, mas o nome, qual era o nome da vítima?
- Pois continua sendo, saiba o senhor, é o que vai na plaquinha do túmulo, pra sempre será. Mas em qualquer caso, era Róbson.
- Ora ora, a vítima era seu xará, delegado? Disse um policial recém-chegado.
- Não, nomes diferentes no papel, veja, senhor detetive, até por aqui não sabem muito sobre o caso, como pode observar!
Toda aquela conversa bizarra estava me dando uma dor de cabeça, me distraí por um segundo e observei o policial que acabara de chegar, suas botas estavam sujas de uma terra amarelada, nada parecida com o chão das proximidades.
- Você mora muito longe, senhor…? Indaguei, a fim de conseguir um nome e uma informação valiosa. Tinha visto um programa recente de The Mentalist, no episódio, existia um agente infiltrado, talvez esse caso se resolvesse agora mesmo!
- Me chamo Róbi, senhor, e não, eu moro aqui do lado da delegacia.
Pego no flagra, Róbi! Com toda certeza estava fazendo alguma coisa bizarra e nefasta nos confins da cidade. Terminei logo aquele bate papo, nenhuma informação valiosa viria dessa delegacia. Fui no necrotério conferir o que descobriram com a situação.
- Olá! Eu sou o Detetive Atrasado, gostaria de dar uma olhada no corpo da nossa mais recente vítima. O senhor se chama…?
- Ah! Sou um grande fã do seu trabalho! Acompanho diariamente as notícias sobre suas brilhantes aventuras! Me chamo Roberto, muito prazer! Pois bem, vamos dar uma olhada no morto! O senhor gosta muito de olhar os mortos?
- Oi?
- Ah, me expressei mal. O senhor costuma achar muitas pistas em corpos? Ou geralmente acha mais pistas pelos locais? Sempre me perguntei como você conseguia desvendar tantos casos antes mesmo do trabalho dos legistas!
De fato, nunca cheguei a analisar um corpo antes, se ao menos o meu poder funcionasse, não teria que ficar sentindo esse cheiro horrível.
- Bom, de fato, nunca achei muitas pistas em um cadáver… mas os detetives fazem isso né?
- Ora, o senhor que me diga. Eu sou o cara do necrotério. Não temos detetives na cidade, sabe como é, cidade pequena, sem muita ação.
- Bom, claro que fazem! - Espero que os episódios de CSI compensem o tempo gasto na maratona ontem a noite.
- Então vamos lá. Esse aqui é a nossa vít-
Nesse momento, enquanto falava, Roberto estava descobrindo o pano da maca na nossa frente e qual não foi o espanto quando percebemos que o corpo não estava ali! Roberto gritou um grito que deixarei para sua imaginação reproduzir, embora eu também estivesse chocado, fiz uma cara de detetive, para demonstrar que já sabia da informação. Mas a verdade é que por dentro eu estava confuso. Será que o assassino tinha esquecido algo no corpo? Será que teríamos uma segunda pessoa envolvida? Será que eram crimes distintos? Minha cabeça começava a doer mais e mais, e meu poder nada de aparecer para ajudar.
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